quinta-feira, maio 18, 2017
Coberta de sangue
De manhã, Ester levantou-se animada. Tinha tido a melhor noite até então. Nesse dia não iria à escola, fruto da 'festa' que tinha
ocorrido na noite anterior. Foi preparar o seu pequeno-almoço, silenciosamente.
Não queria fazer mais barulho, o da noite anterior tinha sido suficiente.
Satisfeita com a refeição, foi-se arranjar. Não que pensasse em sair. Não,
pensava em ficar em casa o dia todo. Queria desfrutar do silêncio. Como era
bom. Nunca se tinha divertido tanto quanto na noite anterior. Saiu do banho relaxada.
Limpou-se à toalha, deixando-a vermelha. 'Vermelho é uma boa cor', pensou. Não
ligando mais ao facto, Ester foi se vestir. De repente, ouviu alguém tocar à
campainha. 'Que desagradável', pensou. Espreitou à janela do quarto para ver
quem era. Era um vizinho. Possivelmente queria saber algo sobre os barulhos da
noite anterior. Bem, Ester não estava com muita vontade de dar respostas, por
isso ignorou o vizinho. Não queria ser incomodada. Começou a cantarolar
enquanto o vizinho insistia. 'Que chato', pensou. Não podia ouvir uns gritinhos
que tinha logo de saber o que é que se passava. Por fim ouviu um grito. Que
seria? Teria visto algo na sala? Realmente, ela estava suja. Suja do sangue da
sua família. For aí, ao jantar, que iniciara o ataque. Estava farta que
discutissem pelas suas más notas e faltas. Tinha ido à cozinha pegar numa faca
grande e cortara-lhes os pescoços, um a um. A sua increbilidade tinha ajudado.
Enquanto lhe gritavam, 'Mas que fizestes!? Mas que fizestes!?', ela ia matando
a família toda. Apenas tinha conseguido levar o corpo do pequeno irmão para
cima, onde o ensanguinhou e se banhou no seu sangue, essa manhã.
Em breve a polícia
estaria ali. Em breve a veriam, coberta do sangue do irmão. Ester estava nem
aí. Não lhe importava mais nada. Simplesmente queria silêncio...
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