quinta-feira, maio 18, 2017
O meu sentir
Aquilo que mais queria dizer ficou entalado em mim. As palavras sem sentido correram, desenfreadas. Eu estava em lagrimas. Tinha acabado, finalmente. Todo o sofrimento por que eu havia passado não tinha valido a pena. Sentia um vazio em mim que se preenchia com ar. Estava livre das dores, dos desânimos, dos desgostos.
Se valeu a pena? Não. Sinceramente, essa é a minha opinião. Mas há que passar pelas tragedias para saber o que nos espera. E o que me espera é a liberdade...
Decidi sair de casa. Estava cansada de estar fechada. Queria sentir o sabor do vento na minha face. Apesar do frio que se fazia sentir, não resisti. O tempo era o menos, o mais importante era o equilíbrio emocional. Eu, Ester, estava livre de vez. Tudo não tinha passado de um mau sonho. Livre, sim. Não apenas solteira. O que fazer agora com tanto tempo?
Esta manhã abri a janela e tudo me parecia diferente. Como o mundo mudou enquanto eu não o observava. Eu podia esperar muita coisa, mas não isto. Onde andava eu com a cabeça? Nele, claro. Que tonta que fui. Decidi que hoje não me preocuparia com nada de casa. Hoje era só eu. Saí, respirando o ar frio e puro. Que alegria. Agora estava feito. Tinha passado o encantamento. Dei por mim observando o rio, invejando a sua rebeldia. Sempre certinha, eu era incapaz de me revelar por completo. Eu, Ester, tinha de mudar. Nada como começar de dentro para fora. Eu irei mudar, eu sei.
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