quinta-feira, maio 18, 2017

Joana

Joana chegou a casa completamente encharcada. Que mau dia para se esquecer do guarda-chuva. As suas colegas ainda não tinham chegado. As três eram muito unidas, era normal que tivessem saído. Joana também estava a pensar sair. Mas sair de casa mesmo. As colegas tinham-se unido contra Joana, pois queriam pôr outra amiga lá em casa. Para isso andavam a fazer-lhe a vida negra. Mas Joana não queria saber disso agora, eram pequenas coisas. Precisava tomar um banho e vestir o pijama. Após isso, foi preparar o jantar. As colegas chegaram, entretanto, divertidas. Traziam a sua 'substituta' e enfiaram-se num dos quartos. Tentou ligar ao namorado, mas ele nem atendeu a chamada. Estava de tudo, das colegas, que faziam barulho em demasia, e do namorado, que não lhe atendia as chamadas. Deixou o telemóvel no quarto, trancado, e continuou a fazer o jantar. Depois de isso feito, e de ter jantado, foi para o quarto. Olhou para o telemóvel. Ainda nada. Ele ia ouvi-las, ai ia. Conseguia ouvir as colegas a rir-se entusiasmadamente. Joana sentiu raiva, sentiu que se riam dela. Decidiu ir dormir e não pensar mais no assunto. Afinal elas não podiam saber que Joana estava zangada com o namorado. Era madrugada. Porque acordara? Estava a ouvir sussurros. Uma das colegas estava a ter relações. Tentou ignorar, mas apetecia-lhe tanto que o namorado estivesse ali. Até lhe pareceu ouvir a voz dele... Estranho, era mesmo parecida a voz.... Era ele, mesmo! Com a sua colega. Joana sentiu-se enraivecida. E com vontade de chorar. O que iria fazer? À três dias que ele não lhe falava. Queria dizer isso que tinham acabado? Sim, definitivamente. Não tinha mais nada a dizer a ele. Mas ia-se vingar dela. Esperou que acabassem e que ele se fosse embora. Quando o fez, Joana levantou-se. Foi procurar a faca de mato que o pai lhe tinha oferecido. Encontrando-a, levou-a consigo. A porta da colega estava entreaberta. 'Que queres', perguntou a colega; 'Ele já bazou. Perdeste o namorado, foi?', riu-se ela. Joana não aguentou mais. Revelou a faca que trazia na mão e atirou-se a ela. A colega nem teve tempo de gritar, Joana cortou-lhe o pescoço. Satisfeita consigo mesma, largou a faca, e foi para o quarto, dormir. Acordou com os berros das colegas a chamarem a polícia, no dia a seguir. Sentiu-se mal por não as ter morto também...

Sem comentários: