segunda-feira, novembro 05, 2018

Para lá da visão, capítulo 1






Havia uma rapariga chamada Joanne. Ela era muito quieta e, quando perturbada, enervada, costumava dizer ‘A minha irmã está a observar.’, olhando, depois, para uma janela vazia. Ninguém entendia porquê. Nunca a haviam visto com a tal irmã. Ela costumava passear, falando sozinha, dando a mão ao ar…

- Aquela rapariga é estranha. – Costumavam dizer os vizinhos.

Mas tinha 6 anos, talvez fosse um amigo imaginário.

Até que começou a revelar factos sobre a ‘irmã’. Tinha dezasseis anos, era loura com olhos castanhos, nervosa, medrosa. Mas muito protetora. Os pais de Joanne vieram a saber disso, até que falaram que, um ano antes de Joanne nascer, a irmã dela morreu. E era tal e qual como ela a descrevia.

- Ela era assim, tal e qual. – Disse a mãe.

- Que aconteceu com ela? – Perguntou um vizinho.

- Matou-se… - Respondeu a mãe.

Mas a versão de Joanne era diferente. Tinha sido assassinada. E, sem ninguém saber, a irmã incumbira-a de matar quem a tinha matado, quem, por seu silêncio a havia levado a um fim trágico: os seus pais.

E um dia aconteceu. Joanne esperou que os seus pais se fossem deitar. Depois, seguiu as instruções da irmã. Foi buscar a arma do pai ao escritório dele, onde ele a tinha guardado. Depois, voltou a subir as escadas, foi ao quarto dos pais e disparou sobre eles…

Quando a polícia, alarmada pelos vizinhos, chegou, encontraram-na sentada na frente da casa, com a arma na mão. Depois de verificarem o cenário, e depois dos serviços sociais chegarem, perguntaram-na porque tinha feito isso. Ela respondeu.

- Porque a minha irmã pediu. Não a veem? Ela está aqui, coberta do seu sangue, porque os nossos pais não a ajudaram.

Os policias olharam uns para os outros, não viam ninguém para onde ela apontava. Então, foi decidido pedir o mais urgente possível uma consulta clinica de psiquiatria, para lhe fazer ver que os fantasmas não existem…

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