- Estou,
Valter?
- Sim,
quem fala?
- É o
Marcos. Como estão as coisas?
- Ah…
Estão bem…
- E a
Célia, está boa? – Perguntou Marcos, sedento de saudades.
- Está
boa, está aqui. Queres falar com ela? Já agora, a Joanne está bem. Mas estamos
a precisar de comida. Por isso vou ter de sair. Queres passar cá?
- Não
posso, é muito complicado. Mas calha bem teres de sair. Eu e tu temos de
combinar umas cenas.
- Ok.
Manda o local e a hora, que eu te encontro. – Disse Valter.
Marcos
indicou um café perto de uma lojinha onde podiam fazer compras. Encontraram-se
lá.
- Então,
como estão as coisas? – Perguntou Marcos, dando um aperto de mãos a Valter.
- Bem,
agora que descobrimos o que o João andava a fazer à Joanne, vai bem. Existem,
mesmo assim, coisas estranhas nela.
- Por
exemplo…? – Perguntou Marcos.
- Ela
conseguiu subir uma janela pesadíssima. Até eu tenho dificuldades com aquela
janela, por isso a pusemos naquele quarto.
- Não é
normal. Que ela disse sobre isso?
- Que a
irmã queria que ela fugisse.
- Isso até
me dá arrepios. – Disse Marcos. – E a Célia?
- A Célia
está boa… quase nos íamos envolvendo noutro dia, mas achei melhor parar.
‘Que tipo
de homem fala sobre esse tipo de coisas?’, pensou Marcos.
- Sim, e
depois? – Perguntou Marcos.
- Bem, e
depois achei melhor parar. Sabes, a miúda estava no quarto. Não que não me
apetecesse continuar. Ela é uma fera insaciável. Mas pensei mesmo na Joanne e
parei.
‘Que
raiva.’, pensou Marcos.
- Bem,
vamos falar de outros assuntos. Precisamos pensar em que fazer com a Célia… -
Disse Marcos, sendo interrompido em pessoa pelo seu chefe, nesse preciso
momento.
- Olá
rapazes, tudo bem? Explica-me isso… - Disse o chefe.
- Isso o
quê? Não vê que estou a tomar um café com um amigo? –Disse Marcos.
- Marcos,
és tão burro. Nem deste pelo facto de que te pusemos uma escuta no casaco, num
dos teus botões. Escusas de olhar para lá. Eu interessei-me pela historia de
Joanne, acho que ela precisa ser protegida. Realmente, havia inconsistências no
relato dos avós de Joanne. Encontrara um peluche na cave e fezes de ser humano.
Estão a investigar isso. Creio que o hospital não é a melhor solução para
Joanne.
- Então,
qual a solução?
- Célia se
entregar.
- Mas ela
não pode fazer isso. – Respondeu Marcos. – Vão prendê-la. Por rapto.
- Não, se
houver atenuantes. O que, neste caso, há. Ela é melhor tratada por Célia do que
foi pelos avós.
- Então,
onde podemos fazer a entrega? – Perguntou Valter.
- Eu não
estou a falar consigo. – Falou o chefe de delegacia, virando-se para Marcos. –
Que tipo repugnante. Eu estava a ouvir a vossa conversa, sabes…
- Agora
sei. – Disse Marcos.
- Então,
levem-me até ela.
Marcos
hesitou.
- Como
posso saber que está a dizer a verdade?
- Terás de
confiar em mim…
Sem comentários:
Enviar um comentário