segunda-feira, novembro 05, 2018

Para lá da visão, Capítulo 24






Marcos estacionou o carro á porta da propriedade do pai de Célia. Dirigiu-se ao portão, onde toco à campainha.

- Segurança da mansão Abrantes. – Disse um segurança pelo intercetor.

- Sim, daqui é Marcos Afonso, detetive da delegacia número um. Precisava falar com o senhor Bernardo Abrantes.

- Tudo bem, vou abrir o portão. – Disse o segurança.

Conforme o portão abriu, o segurança foi ao encontro de Marcos, para o levar ao encontro do pai de Célia. Bateu na porta, que foi atendida por um mordomo. Deixou-o entrar, seguido de perto pelo segurança. O segurança bateu aporta do escritório, sendo recebido por uma secretária. Depois de explicar ao que vinha, deixou o Marcos entrar.

- Tudo bom? – Perguntou Bernardo Abrantes.

- Tudo ótimo. – Respondeu Marcos Afonso. – É assim, estou aqui por causa da sua filha.

- Sei. Que fez ela desta vez?

- Desta vez?

- Sim, que fez ela?

- Bem, estou eliminando suspeitos de um rapto de uma criança…

- Sei. Aquela que deu na televisão?

- Essa mesma. Ela foi sua enfermeira.

- Sim, e o que isso tem a ver? – Perguntou Bernardo.

- Bem, ela a foi visitar. Horas depois, a menina desapareceu. E depois encontra-mos o cartão de enfermeira dela no quintal dos avós de Joanne… - Respondeu Marcos.

- Sim, ela não é bem pra das ideias. Sempre com ideias de salvar o mundo. Veja lá, me trazia animais abandonados para cuidar. Vá lá que sempre dei um jeito de eles desaparecerem, definitivamente, se é que me entende. Mas não revele isso para ela. Ela pensa que eles estão em um lar melhor – e, de certa maneira, estão.

Marcos sentiu-se enojado com a conversa de Bernardo e fez questão de demonstrar esse sentimento.

- E me diga, que isso tem de mal? – Perguntou Marcos.

- Ué, eu sou um homem de boas relações. Mas sou conhecido por não ter escrúpulos no momento da negociação. Não podia ceder a um capricho de infância. Tinha de os fazer desaparecer. – Respondeu Bernardo.

- E só por isso acha sua filha tresloucada?

- Sim. E é muito, não lhe parece?

- Não. Parece-me que você é um homem sem escrúpulos mesmo, nojento, fanfarrão. Eu que descubra provas do que diz e o enfio, eu próprio, na cadeia. ‘Tá certo.

- Hahaha. Nunca vai é descobrir nada. Antes disso eu acabo com você, combinado? Passe bem, a porta da rua é serventia da casa.

Bernardo levantou o braço para se despedir de Marcos com um aperto de mãos, mas este virou as costas e não o aceitou. Agora compreendia o cuidado de Célia para com as outras pessoas. Ela era amor. O seu pai era bruto e, muito provavelmente, agressivo. Ela não demonstrava as suas mágoas, mas tinha-as. Nem sabia como tinha aceitado o agrado do pai para a ajudar a entrar no hospital. Era claro que não se sentia bem vivendo com o pai na mesma casa, por isso alugara uma casa distante, enquanto não ganhava dinheiro suficiente para comprar uma. Sentiu pena dela. Menina rica com um pai assim. Mas ela superara-se, agora sabia que tinha de ajudá-la seriamente, pois mais ninguém o faria, com exceção de João e o primo deste. Que será que eles estavam planeando?...

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