segunda-feira, novembro 05, 2018

Para lá da visão, capítulo 15








João chegou na casa dos pais e deixou Célia lá. Deixou a chave com ela. Célia tentou agir normalmente enquanto caminhava para a entrada, sem chamar muito a atenção. Havia uma vizinha por perto, que se aproximou.

- Boa noite, menina.

- Boa noite.

- Cheia de compras, é? Pensa ficar aqui muito tempo?

- Não sei, algum. O tempo que for preciso. E, peço desculpa, mas isso não é da sua conta.

- Que rude. Só vinha cuidar se precisava de algo.

- Não é preciso nada não, estou bem assim.

- Mas está tendo dificuldades com os sacos. Deixa que eu ajudo.

- Não é preciso, não. Vai quebrar suas costas...

Nisto, a porta abre-se.

- Oi, estava esperando você. Demorou. - Disse o homem.

- Sim... - Disse Célia, confusa.

- Dona Maria, como vai? Sou Valter, o primo do João.

- Credo, me provocou um susto. Oi, Valter. Bem, vos deixo.

- Está bom. Foi um prazer. - Disse Valter.

Mal ela virou costas, pegou nos sacos, ajudando Célia, e disse.

- Meu primo me chamou, contou o sucedido. Vá, entra depressa.

- Tudo bem...

Lá dentro estava Joanne, descansando. Via-se que tinha chorado. Célia largou os sacos que ainda levava e avançou até ela, fazendo festas na sua nuca. Joanne acordou.

- Célia! - Disse a garota, feliz.

- Sim, sou. Que passou?

- Tenho fome. Só me deram um pedaço de pão...

Sem comentários: