Quando
Marcos chegou lá, a empregada de limpeza da igreja batia à porta, com algum
nervosismo.
- Oi, tudo
bem? É aqui que mora o padre?
- É sim.
Ele hoje não foi na igreja, suponho que esteja doente. Tenho a chave, mas o
padre pode estar a descansar. Sabe como são os homens quando ficam doentes.
Exageram...
- Está
certo. Pode me abrir a porta? Tenho um assunto sério para falar com ele.
A empregada
abriu a porta. Empurrou-a e começou a colocar-se em frente a Marcos.
- Peço
perdão, mas é um assunto sério e privado. - Disse Marcos.
- É algum
exorcismo? - Perguntou a empregada.
- É isso
mesmo. - Retorquiu Marcos.
A
empregada deixou-o passar e saiu, fechando a porta atrás de si. Foi vendo as
divisões, à procura do padre. Até que chegou ao quarto. A roupa da cama estava
tirada. Chegou no banheiro e viu que o padre estava lá. Tudo muito limpo, o
padre deitado na banheira com a garganta cortada.
- E agora,
o que é que eu faço? - Disse para si mesmo.
Pensou em
enrolá-lo nos lençóis e levá-lo para o carro. Mas era demasiado cedo, os
vizinhos iam ver e ouvir. Precisava esperar. De repente, veio-lhe à cabeça: e
se a empregada de limpeza ainda estivesse lá fora? Saiu do banheiro e foi até à
entrada, onde espreitou pela janela. Lá estava ela.
- Oi, não
precisa ficar não. O padre apenas se estava sentindo indisposto hoje, ele agora
quer falar comigo. Diz que amanhã fala com você.
- Bem, se
é assim, vou andando. - Disse a empregada.
- Olhe,
espere. - Disse bruscamente Marcos. Pode me emprestar a chave? É que o padre
está de cama. E eu preciso ir buscar algo a casa.
- Como
não? Está aqui, pode pegar.
Marcos
agradeceu e despediu-se dela.
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