Célia deu
umas bolachas para Joanne comer e fez-lhe festas, acalmando-a. Depois, foi
fazer o jantar.
- Que
sorte eu ter vindo. Nem gás havia. - Disse Valter.
- Sério?
Isto não é gás natural? Ah, não, é de botija... - Disse Célia.
- Quando o
João me ligou foi a minha preocupação. Tinha estado na casa às uns dias com uma
garota e nem havia água quente para tomarmos banho...
- Mas a
casa não era dos pais do João?
- Sim. Mas
nós somos como irmãos. Fomos mais criados pela nossa avó que pelos nossos pais.
Quando os pais dele morreram deu-me uma chave de casa, como irmão. Disse que
podia vir cá quando quisesse.
- Vai
demorar muito? - Perguntou Joanne.
- Estou a
fazer a sopa. Descansa. - Disse Célia.
- Não
quero estar sozinha... - Respondeu Joanne.
- Anda que
o tio Valter vai brincar contigo. - Disse Valter, pegando em Joanne ao colo,
fazendo-lhe cócegas.
João
chegou à casa do padre. Bateu à porta.
- Até que
enfim chegaste. - Disse Marcos. - Já tive de ligar para a delegacia a
justificar o facto de não ter ido trabalhar o resto do dia.
-
Desculpa, o caminho é longo, e estivemos a fazer compras. - Disse João.
-
Compras!?
- Sim, não
havia nada em casa para se comer.
- Muito
bem. Agora anda a ajudar-me com o corpo.
Foram até
ao quarto. O corpo já estava embrulhado num lençol. João tremeu. Marcos notou.
- O que
foi? Com medo de um corpo? Foste tu que o mataste. - Disse Marcos.
-
Desculpa. Nunca tinha feito isto... - Disse João.
- Estás a
esquecer-te do bêbado que matou os teus pais...
- Tens
razão. Mas já foi há tanto tempo. E não ganhei o gosto de matar por causa
disso.
- És boa
pessoa. - Disse Marcos.
Sem comentários:
Enviar um comentário