segunda-feira, novembro 05, 2018

Para lá da visão, Capítulo 26






- O que se passa? - Perguntou Célia para Joanne. - Quem te abriu a janela?

- Foi Sarita... - Respondeu Joanne. - Ela quer que eu fuja...

- Mas porquê? Quem te fez mal? Teus pais? O teu pai?

- Não...

- Então quem? 

Joanne ficou calada.

- Queres falar comigo em privado?

Joanne fez que sim com a cabeça. Chegou ao quarto, deitou-se, abraçada a Célia.

- É verdade que havia câmaras no hospital, que, às vezes, são desligadas? - Perguntou Joanne.

- Quem te disse isso? - Perguntou Célia.

- O João. - Respondeu Joanne, abraçando-se mais a Célia, que se deixou ficar fazendo cafuné na cabeça de Joanne. Uma pergunta ia na sua mente. Porque é que João teria dito uma coisa dessas?



No dia seguinte, Maria da Cruz estava a falar com um policial à porta da casa do padre José, a qual havia aberto. Marcos passou por perto. Ia de óculos escuros e com um novo corte de cabelo e uma roupa mais desportiva. Tinha pedido o carro emprestado a um colega, dizendo que só precisava dar uma volta. Não os conseguia ouvir, o que lhe causava alguma irritação. Farto, continuou em frente e foi até um café. Lá chegado, pediu uma água e, usando o telemóvel descartável, telefonou para João. João não atendeu, pelo que decidiu lhe mandar uma mensagem a avisar quem era, para lhe ligar. João ligou.

- Estou, cara? Mil perdões, não reconheci o número. - Disse João.

- É normal não reconheceres, é novo. Podemos nos encontrar? Tenho informações novas sobre Célia. Precisamos ajudar ela a desaparecer com Joanne. Ah, e outra. A empregada do padre já denunciou o seu desaparecimento.

- E daí? Não me podem ligar ao caso.

- Podem, se me apanharem e eu abrir a boca. Portanto, porta-te bem. Senão não vos poderei ajudar.

- 'Tá bom, então. Manda o local por mensagem que é para não me esquecer. Já vou ter contigo.

- Está bem, tchau.

Sem comentários: