Joanne foi
para casa com os avós, que tinham recomendações dos médicos para vigiá-la.
Assim foi. Joanne estava apreensiva com este regresso. Durante o tempo que
havia lá estado, apenas agora havia recebido as visitas de parentes. Chegada a
casa, agarrada a um peluche de um cão, deixou se levar até ao quarto que lhe
estava destinado. Ou assim parecia. Era um quarto cor de rosa, cheio de
brinquedos.
- Este é o
quarto que vais mostrar às visitas. - Disse a avó.
De
seguida, puxou por ela e levou-a até à cave.
- É aqui
que vais dormir. - Disse a avó.
- Mas aqui
está frio e escuro... - Disse Joanne.
- Consegues
imaginar onde estão os teus pais? Eles disseram que sim, no hospital. Que tens
muitas alucinações. Eles também têm frio, estão nesse escuro. Aprende a viver
com eles. - Disse a avó, saindo e fechando a porta da cave atrás de si,
deixando Joanne sozinha naquele lugar.
Joanne
agarrou-se mais que nunca ao boneco.
- Não te
preocupes, cachorrinho. Alguém virá nos ajudar. - Disse Joanne, com saudades do
hospital.
Ela
esperava que viesse mesmo alguém...
Célia não
descansou enquanto não encontrou a morada dos avós de Joanne. Escapuliu-se até
aos arquivos e, sem ninguém ver, verificou o arquivo de Joanne. Depois de a
descobrir, esperou até à hora de saída. Nesse dia saía às 16h, dava tempo de ir
dar uma visita até lá.
Sem avisar
ninguém, apareceu à porta dos avós de Joanne.
- Boa
tarde. Vinha ver a Joanne. Eu chamo-me Célia, trabalho no hospital.
- Boa
tarde... Não estávamos à espera de visitas... Eu vou chamá-la. Importa-se
esperar na rua um bocado? Tenho a casa um pouco desorganizada, sabe como são as
crianças...
- Claro,
sem problema.
Célia
esperou. A avó de Joanne foi buscá-la à cave.
- Não sei
quem esta pensa que é, mas tens visitas. Anda, vamos te limpar e mudar de
roupa. - Disse a avó.
Demoraram
uns bons quinze minutos. Célia, farta de esperar, tocou à campainha, novamente.
- Já
vai... - Disse a avó. - Anda, veste este vestido cor de rosa e vai para a sala.
A avó foi
abrir a porta.
- Sim,
pode entrar. - Disse a avó.
Célia
entrou. Assim que o fez, a menina correu para os seus braços.
- Joanne,
minha querida. Como estás?
Joanne
olhou para a avó com receio, olhou novamente para a Célia, sorriu e disse.
- Bem.
- Tens a
certeza? - Perguntou Célia.
- Sim.
Célia não
estava convencida. Algo lhe dizia que havia alguma coisa errada. Mas decidiu
ignorar, por ora, e dedicar-se a ver aquela menina brincar com os seus
brinquedos.
Sem comentários:
Enviar um comentário