- A visita
terminou. - Disse a avó, passado uma hora e meia. - Peço desculpa, mas tenho de
fazer o jantar.
- Sim, com
certeza. - Disse Célia. - Tens dormido melhor, minha querida?
Mais uma
vez, Joanne olhou para a avó, depois para Célia e fez que sim com a cabeça.
- Muito
bem, vou-me embora agora. - Disse Célia.
Célia deu
dois beijos na face de Joanne, que aproveitou para sussurrar.
-
Ajuda-me...
Célia
olhou muito seriamente para Joanne e deu sinal de ter percebido algo. Disse
adeus e partiu.
Depois de
Célia partir, a avó de Joanne mandou-a para o quarto. Joanne agarrou-se ao seu
peluche favorito e ia para a cave, quando a avó disse.
- Não.
Para o teu quarto. Hoje dormes lá. Espera que te chame para jantar.
Joanne
ficou admirada com a mudança da avó, mas não discutiu. Sabia bem voltar a
dormir numa cama, e não no chão duro e frio da cave, sem nada para se cobrir e
atormentada pela irmã e pelos pais.
O avô
chegou pouco depois e a avó contou-lhe o que se tinha passado.
- Fizeste
bem. Não venha alguém verificar algo, o melhor é ela estar dentro da
normalidade.
- Com
certeza. - Disse a avó.
Depois de
sair de casa, já a alguns quarteirões, ligou para o colega segurança.
- Sim,
estou?
- Sim.
Preciso da tua ajuda para algo...
Nessa
noite, Joanne adormeceu mais calma. A avó fechou a janela, com medo que algo
acontecesse. Mas deixou-a dormir de luz acesa, para que não tivesse medo.
- Tens a
certeza que é aquela? - Disse João, o segurança.
- Sim, é
aquela janela. Vês como as paredes são cor de rosa? Tenho a certeza que é
aquele quarto.
- Bem,
segura a escada.
João subiu
até à janela. Viu que era o quarto de Joanne e fez sinal à Célia. Tentou, de
seguida, abrir a janela, sem sucesso. Como tal, bateu na janela repetidamente,
até que a menina acordou. Mas, com o barulho, também despertou a avó. Antes que
ela chegasse, desceu um pouco as escadas, escondendo-se.
- O que se
passa aqui? - Disse a avó, de mau humor.
A menina
estava a tentar abrir a janela.
- Tenho
calor...
- Calor!?
- Sim...
A avó
destrancou a janela e abriu uma fresta, sem olhar para baixo.
- Já está.
Passa frio. Mas dorme sem fazer barulho.
- Está
bem. - Disse Joanne, aparentemente obedecendo.
Mas, mal a
avó saiu, Joanne foi até à janela, abri-la mais, com cuidado.
João subiu
e, segurando em Joanne, levou para baixo. Quando chegaram lá a baixo, disse.
- Menina,
a tua avó assustou-me.
- Shiu. -
Disse Célia.
- Para
onde vamos? - Perguntou Joanne depois de estarem dentro do carro.
- Eu sei
para onde vamos... - Disse Célia.
Sem comentários:
Enviar um comentário