segunda-feira, novembro 05, 2018

Para lá da visão, capítulo 5






Célia não saiu derrotada. Esquivando-se aos chefes, foi até ao gabinete de segurança, onde estava as gravações do quarto onde havia estado. Apenas um segurança se encontrava lá, de momento. E esse segurança devia um favor a Célia.



- Olá. - Disse Célia.



- Ah? Olá. - Disse o segurança.



- Preciso que me vejas uma coisa.



- Não posso, Célia. Sabes que tenho de vigiar o hospital todo.



- Saí com o teu amigo, como me pediste, no outro dia. Ele gostou. Por isso, deves-me este favor. Vê as filmagens no quarto da Joanne, há uma hora atrás.



- Podes me fazer perder o emprego, mas está bem...



Viram as filmagens. Viram Célia a dormir. E viram um estranho vulto aproximar-se de Célia, até esta acordar.



- Não estou louca. Nem ela. - Disse Célia. - Obrigada.



- De nada, sempre às ordens... - Disse o segurança.



Célia voltou ao serviço, normalmente. Queria ver como Joanne estava, mas sabia que isso agora não era possível. Teria de esperar.



Joanne estava a descansar. Era quase de manhã quando acordou. Da sua janela gradeada conseguia ver o nascer do sol. E era tão lindo. De repente, apercebeu-se que, somente quando se matasse, aquelas visões assustadoras parariam. Mas como o fazer naquele quarto? Apenas quando almoçava e jantava lhe traziam uma faca de papel. Joanne tinha medo, mas havia de ter coragem.



Chegou o almoço. Trouxeram-lhe o comer, conforme esperado. Ninguém ficou a observar, tinham confiança nela. Mal a porta se fechou, começou a serrar os pulsos, até fazer sangue. Sim. Em breve faria companhia a Sarita. Até que uma enfermeira entreabriu a porta, para ver como ela estava.



- Joanne, estás bem?... O que estás a fazer!? Ajuda! Ela está a tentar cortar os pulsos!



Em breve uma horda de enfermeiros chegou lá para a ajudar. Os ferimentos não eram profundos, pelo que foi possível salvá-la.

Sem comentários: