Pegaram no
corpo e levaram-no até ao carro. Já era de noite, hora de jantar. Ninguém se
encontrava na rua naquele bairro.
- Temos
sorte. - Disse Marcos, depois de colocar o corpo na bagageira do automóvel. -
Este bairro é maioritariamente habitado por pessoas idosas. Ninguém, à hora de
jantar, se aventura a vir cá fora.
- Mas
temos de ter cuidado, mesmo assim. - Disse João.
- Sim, ten
razão. Podem espreitar por detrás dos cortinados. - Disse Marcos, entrando no
carro. - Vamos, que não quero que ninguém me reconheça mais tarde.
- Vamos,
então. - Disse João. - Mas até onde?
- Ora, até
onde enterrados o corpo do outro homem. Não te lembras onde é?
- Lembro
sim. Nunca me esquecerei. - Disse João, arrancando com o carro.
Partiram,
sem se aperceberem que eram observados. Uma idosa, vizinha do padre, tinha o
observado a transportar um grande volume para o carro...
Foram até
fora da cidade, até ao inicio da floresta. Lá chegados, estacionaram e
retiraram o corpo da mala do carro, trancando-o de seguida. Seguiram,
carregando o corpo, pela floresta dentro. Levavam lanternas, para verem o
caminho. Até que chegaram a uma clareira.
- Pára. -
Pediu João.
- Que foi,
estás cansado? - Disse Marcos.
- Estou. E
este é o local.
- Hum,
estou impressionado. Lembras-te mesmo.
- Alguém
tem de ir buscar as pás.
- Eu vou.
- Disse Marcos.
E foi.
Voltou rapidamente. Sem o peso do corpo o caminho fazia-se mais depressa.
Começaram
a cavar. Atiraram o corpo para dentro da cova e taparam-no. Quando acabaram,
estavam esgotados.
- Anda,
temos de voltar. - Disse Marcos.
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