Quando
chegaram, Joanne já dormia. Bateram á porta, João pegando na pequena Joanne ao
colo. Ouviram-se passos arrastados.
- Sim,
quem é?
- Senhor
padre, peço perdão por incomodar o seu descanso, mas temos alguma urgência.
- É você,
Célia? – Perguntou o padre.
- Sim, sou
eu, um colega, e a menina.
O padre
abriu a porta, confirmando quem estava à porta.
- Entrem,
se faz favor…
Eles
entraram. Joanne, entretanto, acordou.
Foram até
á sala dos cómodos do padre.
-
Sentem-se, por favor. – Disse o padre.
Todos se
sentaram.
- Então
esta é a menina. Conta-me, como tens passado?
-
Obrigam-me a dormir na cave da casa. Só hoje é que me deixaram dormir no meu
quarto…
- Pois,
essa é outra questão. Em breve vão dar pelo ‘rapto’ de Joanne. Mas não a
podemos devolver aquela casa. Ela é maltratada lá. – Disse Célia.
- Ela
matou os pais… - Disse o Padre.
- Ela foi
possuída, eu tenho a certeza disso. Ela foi orientada pela irmã morta. – Disse
Célia.
Fez-se um
silêncio.
- Toma
noção do que tu dizes… -Disse João. – Já
viste como soas?
- Como
soou? Como uma louca? Eu não estou maluca, nem ela. Tu viste o mesmo que eu no
vídeo. – Disse Célia.
- Sim, mas
há sempre outras hipóteses. Ela pode mesmo ter problemas mentais, apesar disso.
- Olha
para ela. Parece ter problemas mentais? Não, é uma criança incompreendida e
maltratada pela própria família.
- O padre
o disse, ela matou a família. Podem não estar muito satisfeitos com ela.
- E
deixam-na passar fome e frio por isso? É uma criança, João. Merece carinho,
atenção. Mais valia a terem deixado no hospital.
- Célia,
vamos falar lá fora. Tu estás nervosa e o padre deve precisar de falar com ela
a sós…
Célia
respirou fundo.
- Está
bem. – Disse Célia.
Célia fez
uma festa na face de Joanne antes de sair, dizendo-lhe um ‘Até já’.
- Bem,
agora somos só nós. – Disse o padre.
Joanne
encolheu-se no seu canto, fazendo que sim com a cabeça.
- Diz-me,
como aparece a tua irmã?
- Ela
aparece ferida nos pulsos. Sangrando…
- Sim, mas
como? É preciso algo para chamá-la?
- Não. Ela
está ali, à espera. Está zangada. – Disse Joanne, apontando para a parede atrás
do padre.
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