segunda-feira, novembro 05, 2018

Para lá da visão, capítulo 10






- Então, como estão as coisas? – Perguntou Célia.

- Tudo bem, estávamos a ter uma conversa interessante. – Disse o padre. – Ela estava a contar-me coisas sobre a sua irmã. Principalmente, que ela se encontra na nossa companhia.

Célia e João sentiram um arrepio.

- Não sei se gosto disto… - Disse João.

- Por favor, fica. Precisamos de ti.

João hesitou. Mas acabou por concordar ficar.

- Que precisam? – Perguntou João.

- Precisamos que nos ajudes a amarrá-la à cama. – Disse Célia

- Mas que tirania! Ela é apenas uma criança.

- Por favor, é necessário. – Disse o padre. – Não sabemos o que vem aí.

- Está bem…

A menina foi pelo pé dela até ao quarto de hospedes. Era lá que iria ser realizada o exorcismo. João amarrou-a bem à cama, dando alguma liberdade de movimentos à pequena Joanne. Depois, quando acabou, o padre, já com a batina vestida, abriu o seu livro de exorcismo e começou. Joanne, conforme o padre ia dizendo as palavras, começou a contorcer-se na cama. João e Célia estavam assustados.

Até que Joanne mudou de cara, parecia morta, como se tivesse sido enterrada, sufocada. Depois, gritou.

- Quem se atreve a me incomodar? Daqui não saio!

- Como te chamas, filha de Deus? – Perguntou o padre.

- Sara, a esquecida. Daqui não me tiram. Ela vem comigo para o além.

- Credo, não era isto que esperava. Parece saído de um filme… - Interrompeu Célia.

- Cale-se. Estamos a comunicar.  – Disse o padre.

De repente, a cara do padre também começou a mudar, enquanto Joanne acalmava e mudava para a normalidade.

- O que é que se passa?... – Perguntou João.

- Acho que interrompi a ligação, que o espirito está agora a possuir o padre. Rápido, ajuda-me a libertar a Joanne.

- ELA É MINHA!!! – Gritou o padre.

João, para proteger Joanne e Célia, lutou contra o padre possuído, que o atirou para o outro lado da sala. Vendo que o padre possuído se dirigia a Célia, levantou-se e chamou-o.

- Vem aqui. É comigo que queres lutar, Sara.

O padre olhou para ele e avançou contra João. Lutaram. Quando estava quase a atirá-lo contra a parede outra vez, não teve outra hipótese senão sacar da faca de mato que tinha consigo e degolar o padre.

- Oh meu Deus, que fizeste? – Disse Célia.

- Desculpa, tinha de vos proteger.

- Que fazemos agora? – Perguntou Célia.

- Vai com ela para o carro, que eu fico a limpar isto. Vai!

Célia e Joanne foram.

Sem comentários: