- Célia? -
Disse uma vozinha atrás de Célia.
- Joanne,
meu amor. Estás acordada. O pequeno-almoço está quase pronto. Podes sentar-te.
- Disse Célia, apontando para as cadeiras à beira da mesa, no centro da
cozinha. - Esta casa está uma desgraça. Bem precisava de uma limpeza.
- Não
temos tempo para isso. - Disse Valter. - Temos de encontrar outra solução.
- Sim, é
claro. Temos de nos mover. - Disse Célia. - E se eu me transferisse de hospital
e levasse ela comigo? Mudasse a cor do cabelo dela, o cortasse?
- Eras
descoberta na hora. Se bem que essa ideia de lhe mudar o cabelo deve dar jeito.
- Ok. O
teu primo não se levanta?
- Vou ver.
Valter foi
até ao quarto de João. João estava ao telemóvel.
- Hã hã,
sim. Está bem. - Disse João, desligando o telemóvel. - Sim?
- Quem era
ao telemóvel? - Perguntou Valter.
- O
Marcos. Preciso me encontrar com ele esta tarde. Ele tem um plano.
- Que plano?
- Perguntou Valter, encostando-se na beirada da porta.
- Também
não sei. Vou me encontrar com ele, só isso.
- Ok. Está
toda a gente de pé. O pequeno almoço está pronto.
- Tudo
bem, vou me levantar agora.
Entretanto,
na casa dos avós de Joanne...
-
Fernando, ainda não sabemos nada da Joanne. Será que fui muito dura com ela?
Estou preocupada. - Disse Manuela.
-
Preocupada? Com o quê? Só se for que a polícia descubra que a pudemos a dormir
naquele buraco. - Disse Fernando.
- Cala-te,
homem. Acho que exageramos. Por isso ela fugiu.
- Cá para
mim foi raptada.
- Não
sabemos, homem.
- Bem, vou
trabalhar. Até logo. - Disse Fernando, despedindo-se da esposa.
- Até
logo.
Enquanto
isso, a empregada do padre entra na delegacia para apresentar queixa do
desaparecimento do padre. Marcos, que estava de saída, vê a mulher e,
assustado, volta para dentro do gabinete. A empregada tenta fazer a queixa, mas
o policial não liga a mínima. Diz que são precisos três dias para se começar a
procurar. A empregada tenta explicar da visita no dia anterior. Mas o policial
não quer ouvir e a manda embora.
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