Calmamente,
o chefe cruzou as mãos e disse para Marcos.
- Sei que
recebeste uma prova importante no caso da menina perdida e que desapareceste em
seguida. A minha questão é: onde está a prova?
Marcos
sentiu vontade de se enfiar num buraco. Mas endireitou-se na cadeira e, muito
sério, respondeu.
-A 'prova'
nada tinha a ver com o caso. Era um cartão de entrada de uma enfermeira, que
tinha ido visitar Joanne na tarde anterior.
- Tens a
certeza disso? - Perguntou o chefe.
- Sim,
claro. Confrontei a enfermeira com a prova. Ela garantiu-me que não tinha
raptado a menina. Tinha estado com um colega da segurança, em casa. - Disse
Marcos, pensando rápido.
- Muito
bem, podes ir. - Terminou o chefe.
Marcos
agradeceu e saiu do gabinete, enquanto o chefe pegava no telemóvel. Assim que
Marcos saiu, fez uma chamada.
- Estou,
Lucas? Escuta-me, preciso que sigas Marcos, um dos meus delegados... Sim,
aquele alto e meio musculado, de olhos cinzentos... Sim... Porquê tu? Porque se
for alguém desta esquadra, ou de outra, ele sabe logo que está a ser seguido...
Vá lá, tu és detetive privado, faz o teu trabalho que a delegacia paga-te
depois... Sim, sei que o pagamento é mau. Depois ponho um extra do meu
dinheiro... Sim... Vá, até logo.
E desligou
a chamada. O chefe estava desconfiado que Marcos estava a encobrir a tal
enfermeira. Só queria saber porquê.
Célia
estava levantada à um pouco a fazer o pequeno-almoço quando Valter apareceu na
cozinha.
- Oi... -
Disse Valter.
Célia deu
um pulo.
- Ai, que
susto. Que fazes aqui? - Disse Célia.
- Então,
venho tomar o pequeno-almoço. Sabes, costumo alimentar-me, para viver.
- Ha ha,
tens cá uma piada. Estou a fazer ovos mexidos. Comprei pão de forma, não sabia
se havia alguma padaria perto. Faz umas torradas, sim?
- Ao seu
serviço, senhora. - Disse Valter, curvando-se perante Célia.
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