segunda-feira, novembro 05, 2018

Para lá da visão, Capítulo 19








Calmamente, o chefe cruzou as mãos e disse para Marcos.

- Sei que recebeste uma prova importante no caso da menina perdida e que desapareceste em seguida. A minha questão é: onde está a prova?

Marcos sentiu vontade de se enfiar num buraco. Mas endireitou-se na cadeira e, muito sério, respondeu.

-A 'prova' nada tinha a ver com o caso. Era um cartão de entrada de uma enfermeira, que tinha ido visitar Joanne na tarde anterior.

- Tens a certeza disso? - Perguntou o chefe.

- Sim, claro. Confrontei a enfermeira com a prova. Ela garantiu-me que não tinha raptado a menina. Tinha estado com um colega da segurança, em casa. - Disse Marcos, pensando rápido.

- Muito bem, podes ir. - Terminou o chefe.

Marcos agradeceu e saiu do gabinete, enquanto o chefe pegava no telemóvel. Assim que Marcos saiu, fez uma chamada.

- Estou, Lucas? Escuta-me, preciso que sigas Marcos, um dos meus delegados... Sim, aquele alto e meio musculado, de olhos cinzentos... Sim... Porquê tu? Porque se for alguém desta esquadra, ou de outra, ele sabe logo que está a ser seguido... Vá lá, tu és detetive privado, faz o teu trabalho que a delegacia paga-te depois... Sim, sei que o pagamento é mau. Depois ponho um extra do meu dinheiro... Sim... Vá, até logo.

E desligou a chamada. O chefe estava desconfiado que Marcos estava a encobrir a tal enfermeira. Só queria saber porquê.



Célia estava levantada à um pouco a fazer o pequeno-almoço quando Valter apareceu na cozinha.

- Oi... - Disse Valter.

Célia deu um pulo.

- Ai, que susto. Que fazes aqui? - Disse Célia.

- Então, venho tomar o pequeno-almoço. Sabes, costumo alimentar-me, para viver.

- Ha ha, tens cá uma piada. Estou a fazer ovos mexidos. Comprei pão de forma, não sabia se havia alguma padaria perto. Faz umas torradas, sim?

- Ao seu serviço, senhora. - Disse Valter, curvando-se perante Célia.

Sem comentários: