Joanne
demonstrava cada vez maior sonolência durante o dia, o que indicava que, de
noite, não dormia bem. Mais uma vez, sentiam pena dela e não lhe queriam
administrar comprimidos de dormir, pelo que a solução encontrada foi as
enfermeiras fazerem meio turnos no quarto de Joanne, para que não dormisse
desacompanhada. E assim aconteceu. A princípio, Joanne dormia bem. Mas, depois,
começaram os problemas.... Acordava a meio da noite a gritar, destapava-se
sozinha... Este ultimo facto era muito estranho pois, conforme mais de uma
enfermeira constatou, os lençóis pareciam ganhar vida própria. As enfermeiras
comentavam entre si esse facto. Mas ninguém queria avançar com o testemunho que
talvez a menina estivesse mesmo assombrada.
Uma noite,
a enfermeira, cansada, deixou-se dormir. Joanne acordou durante essa altura,
sem fazer barulho nenhum. Viu como a irmã, do canto onde ela se encontrava,
avançava para a enfermeira, até estar cara a cara. A enfermeira acordou. Viu
Sarita com claridade. Gritou e saiu do quarto, pedindo ajuda. Quando chegaram
outros enfermeiros, verificaram que somente Joanne se encontrava no quarto.
- Mas eu
vi, eu juro que vi. Ela sangrava dos pulsos, tal como a menina descreveu a
irmã.
- Célia,
tu estavas a dormir. Tiveste um pesadelo. Talvez influenciada pelas palavras de
Joanne, viste a irmã no teu sonho...
- Mas eu
vi...
- É melhor
saíres do quarto. Isabel vai te substituir.
- Está
bem...
Célia
obedeceu. Ficou a olhar fixamente para Joanne, e, depois, saiu. Entrou Isabel.
Esta contou uma história a Joanne, para dormir mais calma. E, de facto, Joanne
fingiu estar calma. Na verdade, sabia que, agora, alguém acreditava
verdadeiramente nela. Célia acreditava.
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